terça-feira, 9 de junho de 2009

Luiz Fernando Levy diz em comunicado que interrupção da Gazeta Mercantil é momentânea

O presidente da Gazeta Mercantil soltou um comunicado oficial na terça-feira (2/6) informando que “lamenta o brusco encerramento das negociações entabuladas” com a CBM para dar continuidade à publicação, “sem a interrupção decidida unilateralmente pela usufrutuária e licenciada”. Diz ainda que a interrupção de circulação do jornal “é momentânea e, no menor tempo possível, a Gazeta Mercantil voltará a circular”. Os jornalistas receberam férias coletivas na sexta-feira (29/5) e o jornal foi interrompido.

Levy afirmou ao Unidade que na volta aos trabalhos o quadro de funcionários será outro. “Não dá para manter a mesma equipe. Quem for escolhido para tocar o jornal pode até aproveitar algum jornalista do quadro atual, mas esta equipe é de Nelson Tanure”, afirmou. O empresário afirmou que o jornal deve voltar a circular dentro de um mês e meio ou dois.

Quanto aos passivos trabalhista e fiscal da Gazeta, Levy afirma que essa dívida é toda Nelson Tanure. “Legalmente ele foi o sucessor da marca.” Lembrado que a marca está arrestada judicialmente pela Associação de Funcionários, Ex-funcionários, Prestadores de Serviços e Credores das Empresas do Grupo Gazeta Mercantil (Asfunprecre), o empresário afirmou: “Este é um problema para os advogados resolverem.”

Marcelo Moreira, presidente da Asfunprecre, rebate: “O passivo trabalhista é tanto da gestão Tanure quanto da anterior, de Levy.” Segundo ele, correm pela associação 300 ações trabalhistas que chegam a R$ 200 milhões e estão em fase de execução. Nenhum jornalista ligado à Asfunprecre recebeu ainda. Tanure, que chegou a fazer um acordo para pagamento de valores menores a outros jornalistas, em 35 prestações, parou na 11ª. Ações de Tanure na Intelig também foram penhoradas na Justiça para pagamento de dívidas trabalhistas da Gazeta. A decisão da penhora partiu da 26ª Vara do Trabalho de São Paulo, mas cabe recurso. A ação foi movida pela empresa Problem Solver e a Asfunprecre quando souberam que o empresário vendeu por R$ 650 milhões suas ações na Intelig para a TIM.



Comunicado


A GAZETA MERCANTIL S/A e a GAZETA PARTICIPAÇÕES S/A, proprietárias da marca GAZETA MERCANTIL dada em usufruto e licenciada à CBM, lamentam o brusco encerramento das negociações entabuladas com esta, as quais objetivavam a continuidade da publicação do Jornal Gazeta Mercantil, sem a interrupção decidida unilateralmente pela usufrutuária e licenciada.

Entretanto, queremos esclarecer que a mencionada interrupção é momentânea e, no menor tempo possível, a Gazeta Mercantil voltará a circular com os padrões de credibilidade, que constituíram seu paradigma de excelência, até o alijamento de Luiz Fernando Ferreira Levy da direção editorial, em virtude do qual este ficou impedido de exercer as funções e encargos de “guardião da marca”, que os contratos com a CBM lhe atribuem.

Esses fatos, contudo, serão discutidos em foro próprio e não se constituem na razão deste comunicado, cuja finalidade é tranqüilizar anunciantes, assinantes, leitores e o público em geral, dando-lhes a certeza de que logo o Jornal voltará a circular com a qualidade que sempre o pautou, quando de nossa gestão, durante quase 90 anos. Assim, sentimo-nos obrigados a informar que a CBM, ao tomar a drástica decisão de denunciar de modo unilateral o contrato, arcará com todos os encargos decorrentes deste ato, que nós repudiamos e enfrentaremos com decisão.

GAZETA MERCANTIL S/A
GAZETA MERCANTIL PARTICIPAÇÕES S/A





Fonte: SJSP


Janaina Cortez
Jornalista
Mtb: 52.119/SP

e-mail: janainacortez@gmail.com

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